Um dia pra vadiar…
Ontem à tarde, fizemos o primeiro “avoado” no sítio, de certa forma uma celebração entre amigos da ocupação do território: eu, meu escudeiro João, o Exu (o nosso guardião, conforme a liturgia afro) e o Ivan, qua não saiu na foto por estar assando os peixes que compramos em um criatório do município. “Avoado”, para quem desconhece o termo, é uma expressão amazônica para as refeições que se improvisa no mato ou à beira dos rios, geralmente contendo alimentos assados e cachaça, além de muito riso e amizade.
Pois é. Alguns insetos e muito calor não atrapalharam a confraternização, expressão maior da nossa parceria na construção do que virá a ser o Sítio Natureza que sonhamos juntos.
Já aprontamos a estrada interna, iniciamos a limpeza do pequeno lago que vamos construir e a limpeza do antigo e abandonado sítio que existiu no local (tudo manualmente), onde se destaca a antiga jaqueira sob a qual fizemos a confraternização.
O pequeno Exu adorou, farejou pelos cantos próximos, talvez em busca de alguma caça (rsss) postando-se, após, quase sempre aos meus pés, como fazia sua mãe antigamente (ela ficou em casa, por falta de espaço no Rocinante).
Como não poderia deixar de ser, os dois trabalhadores que labutam na área comeram conosco e, entre uma brincadeira e outra, planejamos os próximos passos da ocupação: construir o laguinho, plantar as mudas de Açaí em meio à capoeira, manejar o bacurizal nativo e construir uma maloca de palha para os próximos “avoados”, que ninguém é de ferro.
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Para compartilhar essa alegria com vocês, vão as fotos do peixe na brasa, o Exu babando de felicidade e este modesto blogueiro com o guardião e o escudeiro.
O escudeiro João está parecido com o Lampião e o Exu tá lindinho!
Que outros avoados aconteçam, recuando a morte…