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Para não desligar os neurônios

Sobre o que até as pedras do caminho sabem…

Qual Brasil vai afinal triunfar: o de Lula ou o de Moro?
Por Paulo Nogueira

Há hoje um grande, épico embate em curso no país. De um lado, Moro. De outro, Lula.

Não é um confronto pessoal. É muito mais que isso. Em jogo estão dois Brasis inteiramente diversos.

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Qual Brasil vai triunfar?

A melhor imagem para designar as diferenças está no mítico slogan do movimento Ocupe Wall St, aquele que dividia a sociedade entre o 1% vorazmente opulento e os demais 99%. “Somos os 99%”, diziam os militantes.

Numa palavra Moro é o 1% e Lula os 99%.

Moro simboliza o mundos dos privilegiados brasileiros. Ele jamais se preocupou sequer em disfarçar o lado que defende. Isso está estampado nas fotos em que aparece com João Roberto Marinho, da Globo, ou João Dória, ou tantas figuras de relevo no processo de impeachment.

Mas muito mais que as imagens são suas ações que mostram quem ele é. Sua Lava Jato claramente elegeu o PT como alvo preferencial, quase único. Não que o PT seja santo. Longe disso. O PT sujou as mãos no poder com alianças espúrias e práticas moralmente indefensáveis. Mas não inventou a corrupção, e nem fez coisas que partidos como o PSDB não tenham feito em escala muito maior.
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Mais recentemente, em sua louca cavalgada antipetista, Moro vem movendo uma campanha sanguinária contra Lula.

Moro foi um dos baluartes do golpe que conduziu ao poder o 1% derrotado nas quatro últimas eleições presidenciais. Não existiria Temer sem Moro.

Lula, com todos os defeitos que possa ter e com todos os erros que certamente cometeu, é a representação nacional dos 99%. Lula é o povo brasileiro. Ponto.

Ele fala como o povo, tem a cara do povo — e principalmente luta pelo povo. Mesmo os que o abominam reconhecem seu legado social.

O Brasil de Lula é um país de inclusão. O de Moro, de exclusão. O Brasil de Lula coloca no topo da agenda os pobres. O de Moro, os ricos.

Que país queremos para nossos filhos? O da inclusão ou o da exclusão social? O que combate a desigualdade ou o que a estimula?

É exatamente isto que está em questão na disputa entre Moro e Lula.

De novo: não são duas pessoas se engalfinhando. São dois Brasis — um voltado para o 1% e o outro para os demais 99%.

Paulo Nogueira
Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

quarta-feira, 23 novembro, 2016 Posted by | Repassando... | , | Deixe um comentário

Nas lutas sociais, falsos discursos e práticas são necessariamente descartados…

Papa: quem gosta de dinheiro não deve fazer Política

Stedile: “Papa Francisco revelou toda a sua coragem
publicado 14/11/2016

Do jornal uruguaio El Observador:

Papa critica o “ídolo dinheiro” e parafraseia Mujica

O Papa Francisco disparou hoje contra a ordem mundial que fez do dinheiro “um ídolo” e lamentou que se destinem “somas escandalosas” de dinheiro para salvar aos bancos e só “a milésima parte” para resgatar refugiados ou imigrantes. “Quem governa então? O dinheiro. Como governa? Através do medo, da desigualdade, da violência econômica, social, cultural e militar que gera mais e mais violência em um ciclo que parece não acabar jamais”, afirmou o Papa ao encerramento do 3o. Encontro Mundial de Movimentos Populares.

(…) Após isso, citou ao ex-presidente do Uruguai, José Mujica, ao dizer que “quem tem afeição por todas essas coisas, por favor, que não se meta na política. Nem no seminário”, concluiu Bergoglio, sob aplausos dos 5.00 participantes do encontro.

O portal Brasil de Fato reproduziu hoje o relato de João Pedro Stedile, do MST, sobre sua participação no encontro:

Estive recentemente no 3° Encontro Mundial de Movimentos Populares em Diálogo com o Papa Francisco, realizado no Vaticano de 2 a 5 de novembro. Participaram mais de 200 delegados de 60 países, representando movimentos inseridos nas lutas sociais de três áreas: trabalho, terra e teto. Do Brasil, estávamos em oito delegados escolhidos pelos movimentos populares dessas áreas.

O encontro se insere em um processo permanente de debate, que iniciamos em 2013, do qual resultou o primeiro encontro no Vaticano, em outubro de 2014, depois um segundo mais massivo e latino-americano, quando reunimos mais de 5 mil militantes populares em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. E, agora, o terceiro encontro, de novo no Vaticano.

Esse processo de debates e diálogos entre o Papa Francisco e os movimentos populares partiu de uma vontade política do pontífice, de dialogar e dar protagonismo aos movimentos populares em todo mundo, como estímulo à organização dos trabalhadores e dos mais pobres, como esperança e necessidade para as mudanças necessárias no sistema capitalista.

Por isso, os delegados são escolhidos entre os dirigentes de movimentos populares, de todos os continentes, com a maior pluralidade possível, considerando etnias, religiões, idade, culturas e equidade de gênero. Ele pediu que se evitasse levar agentes de pastorais da Igreja Católica, pois eles teriam outros espaços. Mas sempre participam também desse processo de diálogo, representantes do Vaticano, em especial da Pontifícia Comissão de Justiça e Paz, e alguns bispos e cardeais, que tenham vínculos reais com os movimentos populares em suas regiões.

No primeiro encontro, a base do diálogo foi o debate sobre a realidade e a causa dos problemas que vivem os trabalhadores nas três esferas da luta social. Foi apresentado um amplo diagnóstico e reflexões sobre as saídas necessárias. Usando sempre o método ver-julgar-agir. O Papa Francisco construiu um documento, que, na essência, se resumiu na defesa de um programa de que não deveríamos ter mais: “Nenhum camponês sem terra; nenhum trabalhador sem direitos; e nenhuma família sem moradia digna!”.

Entre o primeiro e o segundo encontro, seguiu-se um diálogo em torno dos problemas ambientais, dos agrotóxicos, das sementes transgênicas, em que o Papa consultou muitos especialistas, teólogos, bispos e movimentos que atuam nessa área. E o resultado foi uma esplêndida encíclica: “Louvado seja!”, na qual o Papa sistematiza reflexões, analisa as causas dos problemas ambientais e propõe soluções. O texto é a mais profunda e rica contribuição teórica e programática sobre o tema produzida em todos os tempos. Uma contribuição que nem mesmo a tradição teórica de esquerda havia produzido.

Depois, no segundo encontro da Bolívia, com presença marcante de afro-descendentes, povos indígenas e povos com conflitos em seus territórios, como o povo curdo, avançou-se para o direito ao território. O Papa inseriu em suas reflexões o conceito de que todo o povo tem o direito a soberania popular sobre o seu território. E avançou-se também na concepção de que os bens da natureza que existem nesses territórios devem ser aproveitados em beneficio de todo povo, ou seja, trata-se de um bem comum e não apenas um recurso a ser transformado em mercadoria e renda extraordinária, como querem as empresas capitalistas que exploram os bens da natureza, como os minérios, petróleo, água e biodiversidade.

Agora, no terceiro encontro, estava na pauta dos debates, novos temas relacionados com os graves dilemas que a sociedade moderna está enfrentando em todo o mundo. O primeiro tema foi a questão do Estado e da democracia. Tivemos aqui a participação também do ex-presidente Pepe Mujica, do Uruguai, e de outros dirigentes políticos progressistas que enviaram reflexões. Há uma crítica generalizada em todo mundo que a forma de funcionar do Estado burguês não representa mais as bases republicanas dos interesses da maioria. Porque a democracia representativa, formal, burguesa não consegue mais expressar apenas pelo voto, o direito e a vontade da maioria da população. O capital sequestrou a democracia pela forma de organizar as eleições.

E sobre esse tema, o Papa reagiu e foi contundente que assombrou a todos, quando definiu que, na realidade, existe um Estado mais que excludente, um estado terrorista, que usa do dinheiro e do medo, para manipular a vontade das maiorias. O dinheiro expressa a força do capital que sobrepassa as instituições democráticas e o medo, imposto à população pela manipulação midiática permanente.

Entre todos participantes, ficou a certeza de que precisamos aprofundar o debate em nossos países, para construir novas formas de participação política do povo que, de fato, garanta o direito do povo participar do poder político em todos os espaços da vida social. E ninguém tem uma receita, uma fórmula, depende da construção real na luta de classes de cada país. A realidade é que esses processos eleitorais atuais não são democráticos e nem permitem a realização da vontade do povo.

Um outro tema debatido, que representou avanços em relação aos encontros anteriores, foi o tema dos migrantes econômicos e dos refugiados políticos. A Europa vive uma verdadeira tragédia com os refugiados do Oriente médio e da África. Milhões, repito milhões, de pessoas estão migrando todos os dias, de todas as formas, de barco, caminhando quilômetros e quilômetros para fugir da morte rumo à Europa e lá encontram mais exclusão e xenofobia, sendo que eles apenas estão lá, porque as empresas européias são as principais fornecedoras de armas para a Arábia Saudita e governos repressores da região.

Nesse sentido, a reflexão dos movimentos seguiu na linha do direito a um território e da luta contra a xenofobia. Do direito à autodeterminação dos povos e contra as guerras. As guerras não resolvem nenhum conflito social e apenas criam mais problemas sociais, além de ceifar a vida de milhares de pessoas, em geral os mais pobres e trabalhadores. Todos os seres humanos são iguais, na sua natureza e nos seus direitos. Aqui, emergiu a ideia de que devemos incorporar em todos nossos programas a proposta da igualdade. A igualdade de oportunidades, de direitos e deveres, é a única base de uma sociedade realmente democrática.

E, nesse tema, o Papa Francisco revelou toda a sua coragem, ao denunciar que, quando um banco vai a falência, logo surgem bilhões de euros para salvar seus acionistas. Porém, quando um povo esta em dificuldade e migra, nunca há recursos públicos para ajudá-los e encontra-se todo tipo de desculpas possíveis. O Papa denunciou o sistema capitalista como autor dessa tragédia humana, contemporânea que estamos vivendo, de exclusão, de superexploração dos migrantes e dos refugiados, não só na Europa, mas em diversas regiões do mundo, onde os países ditos ricos se protegem dos pobres e migrantes, praticando ainda mais exclusão. Nunca se ergueram tantos muros de exclusão, em tantos países, como agora.

Como vêem, os debates foram muito interessantes. E devem seguir, por muito tempo ainda, graças à abertura e à generosidade do Papa Francisco. Todos os documentos na íntegra e os discursos do Papa podem ser encontrados aqui.

De nossa parte, da delegação brasileira, levamos uma faixa com “Fora Temer”, em plena praça da Basílica de São Pedro, denunciando o golpe por aqui e saímos convencidos de que, além de São Francisco de Assis, agora temos mais um Francisco revolucionário na Igreja.

segunda-feira, 14 novembro, 2016 Posted by | Repassando... | | Deixe um comentário

Disso eu vivo falando por aqui, faz tempo..

A espantosa passividade do brasileiro

PMDB tira do povo e não corta na carne
publicado 10/11/2016
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Por sugestão de Hilde Angel, no BlogProg:

O Sr. Jonh McKinley, correspondente do Daily Miror para a América do Sul, fez um balanço muito realista da situação carioca e da passividade do cidadão brasileiro.

Resumidamente, ele se disse espantado com a proposta do governo estadual de repassar a conta da sua má gestão para o cidadão, principalmente o mais pobre.

Ele se disse mais espantado ainda com a passividade dos cariocas.

Ele questiona a seriedade da proposta governamental, pois na visão dele é difícil compreender como o poder público pode manter tanta mordomia e excessos numa situação de grave crise. Para ele, o estado deveria suspender a utilização de carros oficiais, paralisar os contratos de marketing, interromper o pagamento de passagens aéreas e diárias de viagens, suspender o pagamento de gratificações de todo tipo e etc, enfim, cortar na própria carne.

Para o estado é mais fácil fechar os restaurantes populares do que suspender a utilização de centenas de carros oficiais com seus respectivos motoristas. Afinal, a população pode ficar sem comer, mas um secretário de estado, um deputado, magistrado, promotor ou procurador, não pode andar no seu próprio carro ou utilizar táxi ou Uber.

Ele acredita que o governo deveria elevar, sem possibilidade de repasse para preços, os impostos dos mais ricos, dos bancos, das indústrias automobilísticas e farmacêuticas e das empresas que se beneficiaram de isenções fiscais, ao invés de sobrecarregar justamente os funcionários públicos e aposentados, que já se encontram no limite de seus gastos.

Citou ainda como exemplo o caso do Município que paga um adicional aos seus vereadores para que possam comprar o seu paletó e o dos magistrados que ganham um auxílio para pagar a faculdade dos seus filhos.

Para ele, só com muita mobilização social, ocupando as ruas de forma organizada e contundente é que se poderá mudar o panorama .

sexta-feira, 11 novembro, 2016 Posted by | Repassando... | , | Deixe um comentário

O Brasil sem dinheiro e os golpistas passeando de jatinhos da FAB…

Ministros de Temer ignoram normas em 238 viagens pela FAB

Em cinco meses, ministro da Justiça realizou 85 voos

07/11/2016 – 08H04 – ATUALIZADA ÀS 09H08 – POR ESTADÃO CONTEÚDO

Avião R99 da Força Aérea Brasileira (FAB) (Foto: Valter Campanato/ABr)
AVIÃO DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA (FOTO: VALTER CAMPANATO/ABR)

Em cinco meses da gestão Michel Temer, os ministros utilizaram 781 vezes aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para realizar deslocamentos pelo país. Levantamento feito pela reportagem revela que em 238 casos titulares da Esplanada tiveram como destino ou origem a sua cidade de residência sem uma justificativa considerada adequada nas agendas oficiais divulgadas pela internet.

A conduta dos ministros configura, a princípio, desrespeito a duas normas legais. Primeiro, em abril de 2015, às vésperas de ser afastada do cargo e em meio ao esforço do governo de ajustar as contas, a então presidente Dilma Rousseff assinou o Decreto 8.432, que restringiu o uso de aeronaves pelos ministros e os proibiu de viajar de FAB para seus domicílios. Em segundo, uma lei de 2013 determina que ministros deverão divulgar “diariamente” na página eletrônica do ministério sua agenda de compromissos oficiais.

Dos 24 ministros, apenas três não deram margem para questionamentos da sua conduta em relação ao uso dos voos da FAB: o titular da Transparência (antiga CGU), Torquato Jardim; o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira; e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen. Os dados analisados compreendem o período de 12 de maio a 31 de outubro.

O cruzamento das viagens dos titulares do primeiro escalão com as respectivas agendas oficiais, realizado ao longo de três semanas, mostra que uma prática comum adotada por alguns ministros é cumprir agendas nas cidades de origem às sextas ou segundas-feiras, tendo, assim, a sua partida ou retorno para Brasília devidamente justificado à FAB.

O levantamento também localizou ministros que utilizam as aeronaves oficiais para voltar a Brasília na segunda-feira, após passar o fim de semana em casa, com a justificativa de que teriam compromissos cedo na capital federal e não haveria tempo hábil para chegar se usassem voos de carreira.

Informado sobre o levantamento realizado, o presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Mauro Menezes, disse que não poderia emitir juízo, mas que os números podem significar um “descumprimento oblíquo da norma”. “Se de fato a autoridade estiver utilizando como prática agendas para passar o fim de semana em casa, isso pode, sim, ser avaliado como um desvio, já que está vetado o uso do avião da FAB para esses deslocamentos”, afirmou. “Se houver uma denúncia, nós investigamos e podemos punir.”

Segurança

Procurados pela reportagem, os ministros negaram a prática de qualquer irregularidade e muitos argumentaram que solicitam a aeronave oficial por questões de segurança, o que é permitido também com base no decreto que disciplina o uso dos aviões oficiais.

Conforme o levantamento, os ministros que mais utilizaram aviões da FAB para irem a sua cidade de residência sem divulgarem agendas com justificativa para os voos são os que moram em São Paulo, como Alexandre de Moraes, da Justiça; José Serra, das Relações Exteriores, e Gilberto Kassab, da Ciência e Tecnologia.

A FAB não divulga o valor dos gastos com voos oficiais sob a justificativa de que “o custo da hora de voo das aeronaves militares é informação estratégica e, por isso, protegida”. Um voo entre Brasília e São Paulo, com uma aeronave de modelo parecido com as utilizadas pela FAB, custa cerca de R$ 76 mil, conforme cotação numa empresa de táxi aéreo. O trajeto entre Brasília e Porto Alegre sairia por R$ 136 mil. E da capital para Salvador, R$ 143 mil.

Ranking

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, é o campeão de viagens e o recordista de translados entre Brasília e sua cidade de origem, São Paulo.O ministro viajou 85 vezes de avião da FAB nesses cinco meses de governo Michel Temer, sendo que 64 delas tinham como destino ou origem a capital paulista. Em 46 ocasiões, não há justificativa na sua agenda para as viagens nem compromissos oficiais que expliquem por que em dias de semana o ministro opta por sair de São Paulo para um evento em outro Estado, e não de Brasília. Ao menos 14 vezes Moraes fez o trajeto Brasília-São Paulo numa segunda-feira.

O segundo colocado do ranking de viagens para a cidade de seu domicílio é o ministro das Relações Exteriores, José Serra. É raro o ministro divulgar sua agenda oficial na internet. O chanceler voou com a FAB 52 vezes, sendo que em 85% dos casos está a rota entre a capital e São Paulo. Nessas 44 viagens, apenas uma, a do dia 25 de outubro, tem uma justificativa: o ministro participou de um Fórum de Comércio Exterior, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)

.O ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, que também é de São Paulo, é o terceiro a fazer mais vezes o trajeto entre a capital paulista e Brasília, ou vice-versa. Dos 65 trechos que o ministro fez nos cinco meses, 44 deles, ou seja, em 68% das vezes, o destino ou a origem dos aviões foi São Paulo. Em quase metade desses voos – 21 – não há explicação na agenda para os deslocamentos.

Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, usou aviões da FAB 48 vezes, sendo que 33 delas foi para ir ou voltar de São Paulo. Em pelo menos 19 casos não havia agenda divulgada na internet que justifique a viagem. Dessas 19, em quatro ocasiões a assessoria argumentou que foram agendas internas e uma dessas foi para o Rio, num sábado. Um comportamento identificado no caso de Meirelles é ele ir no fim de semana para a capital paulista, mas ter agenda só na segunda. Após informado do teor da reportagem, a assessoria do ministro apresentou justificativas com agendas oficiais de todas as viagens.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, também figura na ponta do ranking. Das 42 viagens feitas em cinco meses, 23 têm como destino ou origem Porto Alegre, sendo que em 16 não há explicações em sua agenda. Ao menos dez vezes Padilha viajou às segundas e outras cinco usou aeronaves da FAB na sexta-feira.

Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, também usou aviões FAB para retornar à sua cidade: Salvador. Das 24 viagens em cinco meses, quase 80% delas tiveram como destino a capital baiana. Em todos os casos, nada consta na agenda.

Pastas negam

Os ministros do presidente Michel Temer negam que estejam usando indevidamente aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajarem para suas cidades de origem sem um motivo com amparo legal. Alguns argumentam que precisaram solicitar a aeronave por questões de segurança, o que é autorizado.

O campeão de voos sem justificativa para sua cidade de residência, Alexandre de Moraes (Justiça), disse que todas as suas viagens “obedeceram ao disposto nos decretos n.º 8.432, de 9 de abril de 2015, e n.º 4.244, de 22 de maio de 2002, sendo duas realizadas por segurança e as demais a serviço, todas atendendo a compromissos oficiais”.

Moraes argumentou, ainda, que o alto número de voos realizados em cinco meses é explicado pelas atribuições da pasta.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse que suas viagens “aconteceram por motivos de segurança, por razões de serviço ou para atendimento médico, nos termos da legislação em vigor”. Serra, entretanto, não justificou a ausência de compromissos publicados na agenda.O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, argumentou que seus deslocamentos aéreos “seguem rigorosamente os critérios fixados pela FAB e pelo governo federal”.

A assessoria do ministro também justificou às idas constantes a São Paulo porque o Estado concentra a maior parte dos recursos destinados pela pasta. “A quantidade de institutos e o volume de recursos em investimento em São Paulo, por si só, exigem atenção e a presença mais efetiva do ministro.”

A assessoria do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, após procurada pela reportagem, enviou os compromissos que ele teve em São Paulo e que não constavam na agenda. Entre algumas agendas informadas para justificar os voos estão entrevistas a jornais e participação em seminários e reuniões.

Ministros ligados ao Palácio do Planalto, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) também disseram que não cometeram irregularidades e que o uso dos aviões encontra amparo legal. Interlocutores de Geddel afirmaram, ainda, que o ministro só passou a usar as aeronaves da FAB por segurança, após ser chamado de “golpista” durante um voo comercial em agosto.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, também afirmou na sua resposta que segue as normas vigentes. Ele destacou que no total fez 98 voos para cumprimento de agendas oficiais e que, além de usar a FAB 57 vezes, utilizou aviação comercial em 41% dos trechos

.Já o ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que seus deslocamentos “fazem parte de agendas previamente definidas, destinadas a compromissos oficiais da pasta, todas devidamente comunicadas e amplamente divulgadas, com registro na imprensa local”.

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, também enviou à reportagem uma lista de compromissos para justificar as suas agendas. O Ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, respondeu que todas as viagens “foram feitas visando atender agenda ministerial e atividades fins do cargo” e que elas seguiram as regras da FAB

segunda-feira, 7 novembro, 2016 Posted by | Repassando... | , , | Deixe um comentário

Perseguições revisitadas…

Lula acusa Globo e autoridades de atuar em ‘parceria público-privada’ para persegui-lo

Postado em 5 de novembro de 2016 às 4:17 pm

Do site Lula.com.br:

Este texto é um registro, baseado em provas e fatos, não convicções, de como funciona a dinâmica da parceria público-privada entre o maior grupo de comunicação do país, de propriedade da família mais rica do Brasil, e funcionários públicos que deviam servir a toda sociedade brasileira, na perseguição de uma liderança política, reconhecida como o melhor presidente da história do Brasil.

Como as acusações e processos contra Luiz Inácio Lula da Silva costumam a nascer de matérias com graves incorreções e mentiras de veículos das Organizações Globo. E como essas matérias dão origem a custosas investigações por agentes públicos, que por sua vez são vazadas prioritariamente também para a Globo, em um mecanismo que se retroalimenta.

Assim será possível entender por que Lula diz que autoridades não podem ser “reféns da imprensa” e por que os advogados de Lula dizem que ele sofre um processo de “lawfare”, de uso de instrumentos jurídicos para a destruição da imagem e inabilitação de um adversário político.

O jornal O Globo publicou, no dia 26 de outubro deste ano, a reportagem: “Lava-Jato investiga outra cobertura usada por Lula” (http://oglobo.globo.com/brasil/lava-jato-investiga-outra-cobertura-usada-por-lula-20357937), assinada pelos repórteres Cleide Carvalho e Thiago Herdy. Ela versa sobre uma nova frente da Lava Jato, aquela investigação que era sobre milhões desviados da Petrobrás, mas que a cada dia vira mais uma investigação de qualquer bobagem relacionada a Lula.

A matéria informa que os investigadores questionam o que seria “uma operação de aluguel”. Com isso, querem dizer um aluguel de um imóvel efetivamente contratado e pago por Lula, segundo o que já comprovaram os próprios investigadores da Lava Jato.

Segundo a reportagem, “a operação” seria uma “simulação para dar caráter formal ao uso do apartamento por Lula ”. Chegou-se ao ponto em que se investiga como simulação de aluguel a própria definição de aluguel: pagar para usar temporariamente a propriedade de outra pessoa.

A matéria recupera uma outra reportagem do mesmo Thiago Herdy, de 12 de abril de 2015: “Diretor da Odebrecht pagou ‘voo sigiloso’ de Lula para Cuba em 2013”. (http://oglobo.globo.com/brasil/diretor-da-odebrecht-pagou-voo-sigiloso-de-lula-para-cuba-em-2013-15850030)

Está escrito na reportagem: “A DAG foi usada pela Odebrecht para bancar despesas de avião usado por Lula em 2013, numa viagem a Estados Unidos, Cuba e República Dominicana. O voo custou R$ 435 mil e foi classificado pela Líder Táxi Aéreo, responsável pela viagem, como ‘sigiloso’.

Essa viagem de Lula não tinha ligação oficial com os negócios da empreiteira. No trecho dos Estados Unidos, o ex-presidente tinha agendado um congresso de trabalhadores.”

O que Herdy escreve como recapitulação da matéria é pura e simplesmente uma mentira republicada. É mentira que a viagem não tinha relação com a Odebrecht. Lula deu uma palestra para a construtora na República Dominicana, por isso ela pagou o voo. Palestra registrada em vídeo, na imprensa local e com a devida nota fiscal. A classificação de “sigiloso” no voo só existe em um documento da Líder com o qual Lula não tem nenhuma relação. A viagem não era sigilosa. Foi divulgada por release da assessoria do ex-presidente e contou com uma série de atos públicos nos três países, devidamente registrados e divulgados.

domingo, 6 novembro, 2016 Posted by | Repassando... | | Deixe um comentário