Livre pensar é só pensar!

Para não desligar os neurônios

Um dia pra vadiar…

Ontem à tarde, fizemos o primeiro “avoado” no sítio, de certa forma uma celebração entre amigos da ocupação do território: eu, meu escudeiro João, o Exu (o nosso guardião, conforme a liturgia afro) e o Ivan, qua não saiu na foto por estar assando os peixes que compramos em um criatório do município. “Avoado”, para quem desconhece o termo, é uma expressão amazônica para as refeições que se improvisa no mato ou à beira dos rios, geralmente contendo alimentos assados e cachaça, além de muito riso e amizade.

SITIO NATURA 1Pois é. Alguns insetos e muito calor não atrapalharam a confraternização, expressão maior da nossa parceria na construção do que virá a ser o Sítio Natureza que sonhamos juntos.

Já aprontamos a estrada interna, iniciamos a limpeza do pequeno lago que vamos construir e a limpeza do antigo e abandonado sítio que existiu no local (tudo manualmente), onde se destaca a antiga jaqueira sob a qual fizemos a confraternização.

O pequeno Exu adorou, farejou pelos cantos próximos, talvez em busca de alguma caça (rsss) postando-se, após, quase sempre aos meus pés, como fazia sua mãe antigamente (ela ficou em casa, por falta de espaço no Rocinante).

Como não poderia deixar de ser, os dois trabalhadores que labutam na área comeram conosco e, entre uma brincadeira e outra, planejamos os próximos passos da ocupação: construir o laguinho, plantar as mudas de Açaí em meio à capoeira, manejar o bacurizal nativo e construir uma maloca de palha para os próximos “avoados”, que ninguém é de ferro.
SITIO NATURA 3SITIO NATURA 2

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Para compartilhar essa alegria com vocês, vão as fotos do peixe na brasa, o Exu babando de felicidade e este modesto blogueiro com o guardião e o escudeiro.

quinta-feira, 28 março, 2013 Posted by | Comentário | , , | 1 Comentário

Uma janela para o sonho…

Depois de deixar ema aberto a Janela Obama, na folha inicial deste blogue, por quatro longos anos, cansei… O (des) Esperança Negra não tem realmente jeito, desfez todas as expectativas que os pacifistas e socialista incautos deste planeta (como eu), depositaram na sua ação política. Em assim sendo, optei em substituí-la por uma janela para o Sítio Natureza, que comecei a construir (ou destruir criativamente, como queiram), com base na minha experiência e ideologia agroecológica. Nela, se acumularão as postagens sobre esta empreitada, para que os sonhadores como eu acompanhem a caminhada que iniciei. E, ao final de tudo, documentar o desenvolvimento concreto de uma idéia.

Aguardem notícias e fotos…

quarta-feira, 27 março, 2013 Posted by | Comentário | , | 2 Comentários

Que as estrelas te acompanhem, amigo…

Você se foi nesta madrugada, de forma inesperada para o meu coração esperançoso em sua recuperação. Como não era uma estrela fulgurante do mercado, um esfuziante sucesso comercial, a grande mídia tinha apenas anunciado que você havia sofrido um AVC e estava hospitalizado, em observação. Eu acreditei…  E há pouco, ao acordar na minha madrugada insone, vi a notícia de sua morte. Não pude deixar de lagrimar por você e por mim, amigos que fomos em tantas noites solitárias que vivi, ouvindo-o em beiras de praia, sentado no carro, de copo na mão, olhos na noite e coração tristonho… Emocionava-me o som intimista do seu canto, as reflexões das letras (Saigon, Verdade chinesa, As Rosas não falam, Trocando em miúdos, Tudo que se quer…). Você foi meu irmão e amigo em muitas madrugadas, geralmente em meus momentos mais depressivos, quando mais eu precisava de companhia. E nunca me faltaste…

A gente nunca espera enterrar os filhos ou os amigos. Mas você se foi antes do combinado. Fazer o que?

Que as estrelas que vimos e saudamos com teu canto o acompanhem, amigo. Que o seu sorriso tão largo e transparente se espalhe do outro lado do caminho. Que eu possa ouvi-lo sempre que necessitar. Que talvez, quem sabe um dia, a gente possa se encontrar e fazer uma serenata ao “vivo”…

quinta-feira, 21 março, 2013 Posted by | Comentário | , | Deixe um comentário

De que vale a vida sem sonhos?

SITIO 1A tão temida morte, porque inevitável, não é importante. É apenas uma passagem compulsória, imprevisível e irrevogável para o lado desconhecido do caminho e que consome inutilmente um tempo precioso que poderíamos investir do lado de cá, tornando a vida mais interessante, face aos desafios que nos impomos a enfrentar. Isto preenche a vida, isto nos dá massa crítica e espiritual para alimentar os dias, isto nos impede de “sentar no trono de um apartamento, com a boca  escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar“. Por ter sido sempre assim a minha vida, não poderia mudar, pois como o filosofou o escorpião, “não posso fugir à minha natureza”. Há cerca de três anos, assumi o desafio de transformar uma casa velha com um imenso quintal abandonado, em um esconderijo prazeroso. Ainda não cheguei aonde quero, mas ele já é um cantinho feliz e aconchegante. Mas já é quase um desafio vencido e o quixote que mora em mim não sossega. Eu quero mais, muito mais. Por isso, aos 69 anos, comprei dez hectares de terra semi-destruída pela predação histórica dos homens onde, por extrema sorte, sobrou uma nascente de água em meio a um resto de mata terciária. Encantou-me a possibilidade de resgatar este território judiado, torná-lo  ambientalmente recuperado e produtivo, com um laguinho em cujas margens farei uma casinha de pedra com varanda, para deitar-me em fins de tarde e banhar meu velho corpo em águas limpas e claras. Será como bater papo com Deus todas os dias…

Loucura? Desperdício de dinheiro? Delírio de velho? Qual nada! De que valerão meus dias se ficar descansando na varanda do cantinho que já construí, pensando na pressão alta, no ácido úrico, na glicose e nos triglicérides? Pensando na morte? Não, amigos, este velho quixote assumiu mais um combate com (talvez) um novo moinho-de-vento. E se esse combate é risível para muitos, para mim significa permanecer na luta, no bom combate. E ladeado por meu fiel escudeiro Sancho (João um amigo de verdade) e o velho Renault como meu Rocinante, já iniciei a labuta…

Precisava de uma estrada interna e, embora fosse muito mais barato utilizar um trator, estou construindo-a à mão, minimizando o impacto ambiental. Nesta contrução, descobri um bacurizal nativo em formação, que só precisa de algum manejo para dar-me frutas saborosas (estava lá, só esperando cuidados para superar a judiação dos homens). A fonte ainda tem alguma vegetação terciária às margens, mas precisa de reforço arbóreo e já planejei plantar espécies regionais nas clareiras existentes. Uma outra área, sem vegetação alguma, está pedindo vida e lá vou formar um pomar, enquanto aproveito o espaço existente para colher milho, feijão e macaxeira (pois eu também gosto de comida boa).

E vejam vocês, como as idéias loucas ainda encontram adeptos: não bastando meu amigo João (que perde horas e dias planejando e trabalhando comigo), o cara que me vendeu a terra (e que já mora na cidade), me presenteou com 40 mudas de coqueiro para o pomar e 100 mudas de açaí para reforçar a mata ciliar da nascente… Talvez ele esteja sublimando, na minha loucura, o desejo que ele não poude realizar…

Talvez meu dinheiro não seja suficiente, talvez o corpo me falhe, mas terei dias fascinantes (embora trabalhosos) pela frente…

Como disse inicialmente, a morte não é importante. Ela parece ser tão importante “porque vivemos ajoelhados” diante dos nossos medos, receios e comodismos. E para resistir a vergar os joelhos, lembro-me sempre do inesquecível Che: “Sonha e serás livre de espírito… luta e serás livre na vida“.

Bom fim-de-semana a todos…

domingo, 17 março, 2013 Posted by | Comentário | , , , | Deixe um comentário

Tio Sam e Elites brasileiras: o time defensor da “democracia”…

A canalha imperialista ianque, como sempre se soube, tem agora divulgada em detalhes o seu apoio às “forças democráticas” nacionais para derrubar um governo brasileiro eleito pelo voto, nos idos de 1964 (coincidentemente em um Primeiro de Abril, o dia da mentira). Esta matilha de mastins sedentos apoiou a dominação do país durante mais de duas décadas, a matança de gente aqui e alhures (em países vizinhos como Argentina e Chile, onde também apoiou golpes), perpetrou guerras sangrentas no mundo inteiro, torturou em prisões especiais e ainda se arvoraram em juizes de outros canalhas internacionais por crimes contra a humanidade. E os canalhas brasileiros apoiados por eles, quando viram a impossibilidade de manter a dominação política, armaram farsas como as eleições indiretas, elegeram um acomodador que morreu antes da posse e empossaram (ignorando a constituição), o vice-acomodador José Sarney. E tudo isto com o apoio irrestrito da grande imprensa, instrumento histórico da hegemonia das matilhas citadas.

Diante destes fatos, torna-se hilárica a campanha contra Chavez (eleito quatro vezes pelo voto popular) e criminoso o bloqueio contra Cuba, sob a justificativa de ser uma ditadura.

Felizmente, agora, os mais jovens poderão ver o documentário sobre esta canalhice antiga (leia abaixo) e que eu tive a oportunidade de vivenciar, como um jovem de vinte anos e que só conseguiu votar décadas depois.

Que os nossos dias nunca mais sejam toldados pelos mastins-canalhas…
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Publicado em 15/03/2013
Via conversaafiada.com.br

Filme revela como EUA deram o Golpe de 1964

Filme de Tavares ajuda a desacreditar Historialismo (ler em tempo) que atribui apenas a brasileiros a reacao ao Governo trabalhista legitimamente eleito.

O presidente Lyndon Johnson (D) deu aval para o embaixador Gordon (E) desestabilizar Goulart e autorizou envio de navios ao Brasil

Saiu no IG reportagem de Raphael Gomide:

Com arquivos e áudios da Casa Branca, filme revela apoio dos EUA ao golpe de 64

“O Dia que Durou 21 anos” revela conversas de Kennedy e Lyndon Johnson sobre o Brasil. Embaixador Lincoln Gordon coordenou com governo e CIA ações de desestabilização de Goulart e o envio de força-tarefa naval para ajudar conspiradores
O filme “O Dia que Durou 21 anos”, de Camilo Tavares, revela como os Estados Unidos colaboraram para o golpe militar de 1964, que derrubou o presidente brasileiro João Goulart, com base em documentos sigilosos de arquivos norte-americanos e áudios originais da Casa Branca. O documentário, que será lançado dia 29, apresenta áudios de conversas dos presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson com assessores sobre o Brasil e mostra como os vizinhos do norte apoiaram os conspiradores, com ações de desestabilização e até militares.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil no início dos anos 1960, o intelectual brasilianista de Harvard Lincoln Gordon, aparece como quase um vilão, com seus alarmantes telegramas para os presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson, em que apontava o risco iminente de o Brasil seguir Cuba em direção ao comunismo. “Se o Brasil for perdido, não será outra Cuba, mas outra China, em nosso hemisfério ocidental.” No contexto da Guerra Fria da época, pouco após Cuba se tornar socialista, esse era o pior pesadelo dos americanos.
Em conversa com Kennedy, cujo áudio é reproduzido, Gordon avalia que o presidente brasileiro poderia ser um “ditador populista”, nos moldes do argentino Juan Perón. Em novembro de 1963, Lyndon Johnson afirma que não vai “permitir o estabelecimento de outro governo comunista no hemisfério ocidental”.
EUA bancaram ações de propaganda e desestabilização do governo Goulart

O documentário mostra, então, as ações de propaganda dos EUA, coordenadas por Gordon, para desestabilizar o governo brasileiro. Cita a criação e o financiamento de supostos institutos de pesquisa anti-Goulart, como o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) para bancar “pesquisas” e campanhas de 250 candidatos a deputados, oito a governador e 600 a deputado estadual no País. Além disso, o estímulo de greves e artigos na imprensa contra o governo eram o “feijão com arroz” de “ações encobertas” da CIA (Agência Central de Inteligência) onde pretendia derrubar regimes, como explica o coordenador do Arquivo de Segurança Nacional dos EUA, Peter Kornbluh.
Em telegrama para Washington, Gordon admite: “Estamos tomando medidas complementares para fortalecer as forças de resistência contra Goulart. Ações sigilosas incluem manifestações de rua pró-democracia, para encorajar o sentimento anticomunismo no Congresso, nas Forças Armadas, imprensa e grupos da igreja e no mundo dos negócios.” Entrevistado, o assessor de Gordon na embaixada, Robert Bentley, não nega o financiamento americano, apenas sorri, cala e diz: “Isso era uma polêmica quando cheguei [ao Brasil].”
O filme reitera ainda a importância do adido militar da embaixada Vernon Walters, amigo de oficiais brasileiros desde a 2ª Guerra Mundial, como o general Castelo Branco, que viriam a ser fundamentais na derrubada de Goulart. Cabia a Walters identificar insatisfeitos entre militares. O oficial descreve Castelo Branco, então chefe do Estado-Maior do Exército, como “altamente competente, oficial respeitado, católico devotado e admira papel dos EUA como defensores da liberdade”. Segundo Bentley, “havia muita confiança em Castelo Branco”, o “homem para sanear a situação, do ponto de vista dos interesses americanos”.
Força-tarefa naval para apoiar o golpe pedido de ajuda de militares brasileiros

Quando a situação esquenta, os EUA concordam em mandar navios de guerra para a costa brasileira, na chamada Operação Brother Sam, com o objetivo de intimidar e dissuadir o governo de resistir ao golpe. O presidente norte-americano autoriza, em áudio, a fazer “tudo o que precisarmos fazer. Vamos pôr nosso pescoço para fora (nos arriscar).”
Um telegrama do Departamento de Estado dos EUA para Gordon descreve as medidas tomadas para “estar em posição de dar assistência no momento adequado a forças anti-Goulart, se decidido que isso seja feito”. A operação Brother Sam incluía enviar “uma força-tarefa naval, com um porta-aviões, quatro destróieres (contratorpedeiros) e navios-tanques para exercícios ostensivos na costa do Brasil”, além de 110 toneladas de munição e outros equipamentos leves, incluindo gás lacrimogêneo, para controle de distúrbios por avião.
Um telegrama “top secret” da CIA, de 30 de março – véspera da eclosão do movimento – mostra como os americanos estavam bem informados e articulados com os conspiradores. No documento intitulado “Planos de Revolucionários em Minas Gerais”, os espiões dizem que “Goulart deve ser removido imediatamente. Os governadores de São Paulo e Minas Gerais chegaram definitivamente a um acordo. A ignição será uma revolta militar liderada pelo general Mourão Filho. As tropas vão marchar para o Rio de Janeiro.”
Documento assinado pelo secretário de Estado dos EUA, Dean Rusk confirma que os golpistas pediram apoio militar aos EUA. “Pela primeira vez, os golpistas brasileiros pediram se a Marinha americana poderia chegar rapidamente à costa sul brasileira.” Para o professor de História da UFRJ Carlos Fico, a retaguarda da Brother Sam foi fundamental para dar segurança aos militares que derrubariam o regime. Apesar dos documentos e de forma pouco convincente, o diplomata Bentley, nega ter ouvido falar na operação.
Newton Cruz: “Toda revolução, para começar, tem um maluco. O Mourão saiu!”

João Goulart, no comício da Central do Brasil, às vésperas de ser deposto

O filme tem ainda momentos engraçados. “Toda revolução, para começar, tem um maluco. O Mourão [general Olympio Mourão Filho, que liderou as tropas de Juiz de Fora em direção ao Rio] saiu!”, ri o general Newton Cruz, ex-chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações). A filha do general Mourão Filho, Laurita Mourão, diz que o pai chamou de “covarde” Castelo Branco, o primeiro presidente militar após o movimento, ao ser criticado por suposta precipitação ao mover tropas em direção ao Rio. “Castelo Branco, você é um medroso, é um…” Nas palavras da filha, ele também “foi entregar a Revolução a Costa e Silva [posteriormente também presidente do regime], que estava dormindo, de cuecas.”
Após o sucesso da iniciativa, Gordon escreve aos EUA. “Tenho o enorme prazer de dizer que a eliminação de Goulart representa uma grande vitória para o mundo livre”. Robert Bentley conta que participou, no gabinete vazio de Goulart, de reunião sobre a posse do novo regime em que estava o presidente do Supremo Tribunal Federal. Ao telefone para o embaixador, foi perguntado se a posse do novo regime tinha sido legal, e respondeu: “’Parece que foi legal, não sei dizer’. Acordei 12h depois e [os EUA] tinham reconhecido o governo.”
“Acho que há certas pessoas que precisam ser presas mesmo”, disse Lyndon Johnson

Filme estreia dia 29

Poucos dias após o golpe, em um interessante áudio, o presidente Johnson debate com o assessor de Segurança McGeorge Bundy o tom da mensagem para o novo presidente do Brasil.
– Há uma diferença entre Gordon, que quer ser muito caloroso, e nossa visão da Casa Branca, de que o sr. deveria ser um pouco cauteloso, porque estão prendendo um monte de gente.
– Eu acho que há certas pessoas que precisam ser presas mesmo. Não vou fazer nenhuma cruzada contra eles, mas eu não quero… Eu gostaria que tivessem colocado alguns na prisão alguns antes que Cuba fosse tomada – responde Johnson.
– Uma mensagem mais rotineira seria desejável neste momento.
– Eu seria um pouco caloroso – diz o presidente.
– É mesmo? Isso vai ser publicado.
– Eu sei, mas eu estou me lixando!, finaliza o presidente.
Juracy Magalhães: “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”
O filme avança, mostrando o Ato Institucional nº 1, que cassa os direitos políticos e mandatos de parlamentares e de militares. Um deputado chora sobre a mesa, na Câmara. E lembra, para ilustrar a proximidade do regime militar brasileiro com os EUA, a célebre frase que marcou o militar Juracy Magalhães, embaixador do Brasil em Washington: “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”.
Projeto familiar

Kennedy recebe o embaixador no Brasil, Gordon

O documentário é também um projeto familiar e uma homenagem do diretor, Camilo Tavares, ao pai, o jornalista e ativista político Flávio Tavares – um dos 15 presos trocados pelo embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado no Rio em 1969.
Flávio aparece na famosa foto dos presos (abaixo) diante do avião que os levaria ao exílio, no México – onde o diretor nasceria, em 71 –, e em um flash rápido, em lista de “procurados”, com o nome de Flávio Aristides. É também Flávio Tavares quem faz as entrevistas, ficando frente a frente com ex-adversários, o diplomata Bentley e Jarbas Passarinho, ministro que assinou sua extradição. A mulher de Camilo, Karla Ladeia, é produtora-executiva.
Para o embaixador Elbrick, seu sequestro foi uma tentativa de “constranger os governos brasileiro e norte-americano”. Mas há outros momentos de constrangimento americano no filme. Após aparecer a foto de um homem pendurado em um pau-de-arara, Bentley é questionado sobre as violações a direitos humanos. “É difícil de justificar oficialmente. Mas lamento… lamento (ri), de qualquer maneira.” À época, entretanto, as mensagens internas do governo americano pregavam a discrição. “Embora não busquemos justificar atos extra-legais ou excessos do governo, concluí que nossa melhor decisão é nos aproximarmos ao máximo do silêncio de ouro”, recomenda Gordon.
O filme surpreende ainda com depoimentos inusitados e críticos de protagonistas do regime, como o general Newton Cruz, chefe do SNI. “Quando a Revolução nasceu era para fazer uma arrumação da casa. Ninguém passa 20 anjos para arrumar a casa!”
O filme conclui com uma frase ácida do coordenador do Arquivo de Segurança Nacional, o norte-americano Peter Kornbluh. “Tudo isso foi feito em nome da democracia, supostamente.”

Presos libertados pelo sequestro do embaixador Charles Elbrick, dos EUA. Flávio Tavares, pai do diretor, é o primeiro à direita, agachado

Em tempo: ” historialismo ” nao é História nem Jornalismo – PHA

sábado, 16 março, 2013 Posted by | Comentário, Repassando... | Deixe um comentário

Chavez: “perigoso” em vida, invencível morto? (II)

Um cara que em um pouco mais de uma década no poder, erradicou o analfabetismo, apoiou Cuba e as nações sul-americanas “populistas” (como diz a mídia vassala das classes dominantes) e melhorou reconhecidamente os atendimentos da população nacional em saúde, eleito quatro vezes em eleições limpas (leiam post abaixo), execrado como ditador pela grande mídia nacional, parece que vai dar mais trabalho agora, que se foi para sempre. Os milhares de pessoas nas ruas falam por si só. Veremos agora nas eleições que serão realizadas daqui a um mês, se a força de chavez era o seu “populismo” e carisma ou se estas duas qualidades serão acrescidas pela mobilização popular por direitos recém-adquiridos e irrenegáveis.

Ah! Em tempo: extremamente risível o comentário do (Ex) Esperança Negra Obama, sobre o seu interesse nos direitos humanos na Venezuela pós-Chavez. Os povos árabes (apenas para nos ater à atualidade) que o digam, não é, Presidente ianque “democrata”?
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Publicado em 06/03/2013

Presidente americano elogia Chávez

Sistema eleitoral da Venezuela permite recontagem e dá de 10 a 0 no brasileiro.

 Nunca antes na história deste continente, um presidente dos EUA foi tão solenemente ignorado pelo O Globo (“cachorro do império”) como Jimmy Carter, ao reconhecer a importância de Chávez.
Em um seminário no ano passado, em pleno período eleitoral na Venezuela, Carter – que não é propriamente um marxista perigoso – qualificou o sistema eleitoral do país de “o melhor do mundo”.
O “Centro Carter” observa eleições ao redor do mundo há décadas. Em 2006, ele garantiu: “Chávez venceu de forma justa”.

do The Carter Center:
http://www.cartercenter.org/news/pr/hugo-chavez-030513.html
“Rosalynn e eu estendemos nossas condolências à família de Hugo Chávez Frías. Nós conhecemos Hugo Chávez quando ele estava em campanha para presidente em 1998 e o “Centro Carter” foi convidado para observar as eleições pela primeira vez na Venezuela. Voltamos muitas vezes, para as eleições de 2000, e depois para facilitar o diálogo durante o conflito político de 2002-2004. Nós viemos a conhecer um homem que expressa uma visão de mudanças profundas ao seu país para beneficiar principalmente as pessoas que sentem-se abandonados e marginalizados. Apesar de não ter concordado com todos os métodos seguidos por seu governo, nunca se duvidou do compromisso de Hugo Chávez em melhorar as vidas de milhões de compatriotas seus companheiros.
Presidente Chávez será lembrado por sua afirmação ousada de autonomia e independência para os governos da América Latina e por suas habilidades de comunicação formidáveis e conexão pessoal com simpatizantes em seu país e no estrangeiro, a quem ele deu esperança e capacitação. Durante seu mandato de 14 anos, Chávez ingressou outros líderes da América Latina e do Caribe para criar novas formas de integração. Taxas de pobreza venezuelanos foram cortadas ao meio, e os milhões recebidos documentos de identificação para a primeira vez que lhes permite participar mais eficazmente na vida econômica e política do seu país.
Ao mesmo tempo, reconhecemos as divisões criadas na unidade para a mudança na Venezuela e da necessidade de reconciliação nacional. Como os venezuelanos lamentamos o falecimento do presidente Chávez e recordamos seus legados positivos – especialmente os ganhos obtidos para os pobres e vulneráveis – Esperamos que, os líderes políticos o país avancem com a construção de um novo consenso que garanta a igualdade de oportunidades para todos os venezuelanos para participar todos os aspectos da vida nacional. (sic)”

quarta-feira, 6 março, 2013 Posted by | Comentário, Repassando... | , , | Deixe um comentário

Chavez: “perigoso” em vida, invencível morto?…

Publicado em 06/03/2013

Onde se lê Chávez leia-se Lula

O que a Casa Grande quer é instalar um câncer no Lulismo.

Parágrafo final do editorial da Folha (*):
Chávez se soma agora a Vargas, Perón e outros líderes autoritários do passado. Tendo chegado tarde a um mundo globalizado, seu papel para os críticos do sistema financeiro internacional projetou-se para além da tacanha realidade latino-americana -a qual, infelizmente, simbolizou com tanta ênfase quanto os mais atrasados oligarcas a que se opôs.

NavalhaO ansioso blogueiro se encontra com Mercucio Parma no aeroporto.

– Você leu o editorial da Folha?,  pergunta.

– Me contaram, responde Mercucio, com enfado matinal.

– Seria desrespeitoso?

– Não é uma questão de respeito. Também não é um erro. É uma hipocrisia.

– Hipocrisia ?

– Sim, claro, porque eles querem é a morte do Lula e do Lulismo. O Chávez é o biombo que os esconde.

– Onde se lê Chávez leia-se Lula. (Clique aqui para ler “Chávez morreu. depois é o Fidel”.)

– Exato !

– Do que você gosta no Chávez ? Eu sei que não é o seu tipo inesquecível …

– Como brasileiro, o que mais admiro nele foi lutar pela integração latino-americana e se opor aos Estados Unidos e seus Golpes de Estado na América Latina. (Clique aqui para  ler “Lula: sinto orgulho de ter trabalhado com Chávez”.)

– Como o Golpe do Clinton e o do FMI para garantir a reeleição do Fermando Henrique.

– Com o que o Clinton e o FMI mantiveram o curso neoliberal do Fernando Henrique.

– O Correa do Equador é que diz que os Estados Unidos não correm o risco de sofrer um Golpe de Estado, porque não tem Embaixada americana…

– Bingo !

– O Fernando Henrique diz que não era neo liberal, mas um estadista que se aproveitou da onda da globalização …

– Ele já foi marxista … Pegar onda é com ele.

– O Chávez era anti neoliberal.

– E por isso poupou os pobres da Venezuela de muitas desgraças.

– A distribuição da renda na Venezuela melhora, mas continua tão inaceitável quanto a do Brasil…

– Outra virtude do Chávez… Governou para os pobres.

– Deve ser por isso que a manchete da Folha pretende ofendê-lo com o qualificativo “populista” ….

– Para a Casa Grande, como diz o  teu amigo Mino Carta …

– Nosso amigo …

– Às vezes … Como diz o Mino, a Casa Grande chama de “populista” quem governa para o povo.

– E quer botar fogo na Casa Grande …

– Não. Os “populistas” não ameaçam os alicerces da Casa Grande. A Casa Grande é que, se pudesse, botava fogo na senzala e punha a culpa nos escravos.

Pano rápido.

Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

quarta-feira, 6 março, 2013 Posted by | Repassando... | , | Deixe um comentário

Estrelas do mundo…

Pela navegante Heloísa Miranda

Viajar pra um país que fala outro idioma, por mais que você o conheça, é um desafio. Ir para um lugar em que se fala algo que não se parece com NADA, é coisa de doido, como dizem meus amigos.

Desde o começo, quando não falava nada de turco, eu já gostava de sair para lugares bem aleatórios, e numa dessas resolvi ir a uma galeria, que era do outro lado da cidade, motivo pelo qual nenhum dos meus doze companheiros que dividiam o apê não quiseram ir comigo…

Não me deixei abalar e peguei o metrô em Beşevler, trocando de estação em Kızılay e descendo em Akköpru. Saindo da estação, eu pegaria um ônibus que me deixaria bem perto. Deu tudo certo, cheguei lá. O problema foi a volta…

Fui andando pra descobrir aonde pegava o ônibus para voltar e, quando cansei, resolvi perguntar. Tinha muita gente passando e todo mundo ficava me olhando, mas absolutamente ninguém parava, talvez porque eu era só uma yabancı (estrangeira, em turco) louca falando em inglês num bairro nada turístico.

Até que eu vejo uma mão segurando com força meu braço, pensei logo “fodeu, fiz algo errado”. Quando eu olhei, era uma senhora de uns 50 anos, gordinha, daquelas que se cobrem e usam véu mesmo no calor de 45ºC. Quando fui perguntar se ela podia me informar aonde era o ponto de ônibus, a turca começou a falar tanto, mas tanto, que deu vontade de chorar de desespero, por não entender nada. De repente, ela sacou o celular e começou a falar. Eu só entendi o Oi e ela falando “Allah” milhões de vezes. De repente ela me passou o celular e do outro lado foi como se Alá estivesse falando comigo, minha salvação! Um rapaz com um inglês perfeito, falando bem tranquilo, perguntou para onde eu queria ir.

Eu disse que queria ir para o metrô e pegar o trem até minha casa, em Beşevler. Ele só disse “ok, vou instruir minha irmã” e mandou eu passar para a turca, que começou a falar sem parar, de novo.

Quando desligou o telefone, ela olhou pra mim, disse algo, parou um taxi e mandou eu entrar com ela. Como pior do que estava minha situação não ia dar pra ficar, eu entrei. Ela foi “conversando” comigo o trajeto todo, de uns 20 minutos. Quando eu percebi, estava no meio do meu caminho, em Kızılay! Tentei dar umas 15 liras pra ajudar, mas ela não quis.  Ela abriu minha porta e eu anotei o som que ela disse: “Allah sizi korumak!”, que descobri depois que era “Alá te proteja”. E protegeu mesmo…

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NOTA: A Heloísa é minha neta, aprendiz de jornalista em Recife e que parece ter herdado o instinto andarilho do avô. Ela viveu a experiência relatada acima no ano passado, quando optou por um intercâmbio estudantil na Turquia, desconhecendo o idioma nacional. Conheci o fato durante minha estadia no último Carnaval pernanbucano e, por admirar a solidariedade em todas as suas formas, por sempre ter defendido os povos árabes em sua luta contra a dominação e os preconceitos ocidentais imperialistas e por me comover com a atitude da mulher árabe, pedi a ela que me enviasse um relato para compartilhar com vocês. Valeu a pena. Valeu por demonstrar que os pretensos povos “selvagens terroristas”, são tão ou mais humanos que os “democráticos e civilizados”. Valeu pelo aprendizado da minha neta sobre o lado bom da humanidade, mesmos nos espaços mais inesperados e em culturas ideologicamente estigmatizadas.

Na vida da minha neta, apareceu uma estrela-guia no momento em que ela precisou. Uma estrela gordinha, conversadeira e de turbante. Adoro pensar que Alá, sabendo do que sou e do que faço, retribuiu-me a singela (mas sincera) defesa que sempre faço do seu povo. Obrigado, Alá… E que o Deus Universal a proteja sempre, gordinha estrela de turbante…

quarta-feira, 6 março, 2013 Posted by | Comentário, Repassando... | , , | Deixe um comentário

Após uma semana sem NET, um pouco de machismo…

2006

Fonte: http://www.umsabadoqualquer.com

segunda-feira, 4 março, 2013 Posted by | Repassando... | , | Deixe um comentário